12 de jan. de 2009

o homem sem romance #2

(Atravessa o salão imerso pelos pensamentos mais imundos sobre Rebeca. Iam encontrar-se naquele botequim chique de sempre.
Rebeca: sempre o mundo mais estranho que lhe podia ter pertencido.)

- oi.
- oi.
- não entendo mesmo esse teu olhar, me diz, diz como é, diz como digo, como faço melhor teus dias, diz agora.
- vamos ali, eu te explico melhor, sintetizo
(odeio as sínteses dela)
- vai, começa.
- bom, eu não quero estragar tuas intenções - na verdade, quero sim - tô de viagem pro canadá,
(seguro um copo que um garçom trouxe, não sei se é água, martini, vodka, não lembro - entorno)
- aliás, vou amanhã.
- hmm, bom pra você, hein.
(vadia)
- tu não entendeu, cabou.
- tá.
(seguro o copo forte. é algum tipo de plástico. mordo o lábio, - vaca, vadia).
- fechamos.
- garçom, rápido, a conta.

(
Joaquim/Fernando/Solano/Tavares fica desenhando no guardanapo uma situação hilária mas não ri. Cantarola " Synapse, synapse: the possibility's thin... ", enquanto escreve a letra no mesmo papel. Ajeita as mangas da camisa. Em sua ilha, não repara a falta de um botão - que se tivesse visto, gostaria que agora estivesse perdido na bolsa de Rebeca.
E que de repente, explodisse.).


Um comentário:

Laura Bourdiel disse...

As vezes sentimos as palavras de um outro alguém entrarem duras nos ouvidos, nos violenta, e nos deixa apenas com um reflexo; o de disfarçar a dor.
Inundar-se de adrenalina as vezes nos faz cair a ficha, com o tempo se restabelece a normalidade. Respostas positivas tendem a voltar, e se não voltam, continue disfarçando.

Queridíssimo... um beijão prá vc!

proje(c)to

etc.