25 de nov. de 2008

# Hauschka

Já tinha baixado o álbum dessa banda, mas os clipes caíram de repente nessa tarde mole no estágio. Feitos pela Overture (Jason Malcolm Brown e Aya Yamasaki Brown) são de uma sensibilidade de cores e natureza de traços ímpar. Hauschka (aka Volker Bertelmann) é alemão e tem seu último disco lançado pelo selo FatCat ( Animal Collective, Sigur Rós, Björk, múm, Vetiver). Ainda não saiu a última parte dessa trilogia de clipes, mas vale muito a pena conferir e colecionar mais esse som para o seu respectivo player, querido desocupado.

parte 1

parte 2





13 de nov. de 2008

O ano que não começou.

Esse ano acabou mais cedo.
Não cumprimos datas
por ter que ir a luta.
Decidimos trabalhar uma hora extra, estudar menos capítulos, assistir menos seriados. E claro, perdemos sábados, domingos, feriados, fluídos, centavos, tributos.
Os dias tiveram as mesmas horas, de anos nossos tão saudosos, mas estes, cuidaram de passar mais rápido.

Furtaram horas, memórias, sabor.
Alguns aniversários esquecidos, cartas não respondidas, emails não lidos.
Chegaram abraços sem calor, quase sem braços.

Crianças passearam pela rua e não marcamos a cor de seus rostos.
Mudaram os ingredientes dos nossos pratos favoritos.
Furtaram a roupa que marcava o que ainda tínhamos de melhor no corpo.
O vermelho do nosso carro. O abismo que nos aguardava.
Fugiram com nosso janeiro, nossa sexta, nosso texto.

No limite do alcançável, tudo ainda era possível.
Tivemos mãos e não joelhos. Blogs e não texto, comida e não lograva o apetite.
Caímos em doces contradições.

Criamos vícios. Largamos de ternura, das casas ornadas, dos cães danados.
Há quem suspeite que esse ano nem tenha começado.



10 de nov. de 2008

# Recomendação da semana e pra vida!


o clipe que eu sempre quis fazer.
E dia 27 estaremos lá.

9 de nov. de 2008

Fui escovar meus dentes. Domingo, quase dez horas da noite. Abandonei uma conversa que mal começou no messenger sem maiores explicações, sem o menor receio do grosseiro.
Cá entre nós, sem medo da tentativa, o que seria da vida bem vivida sem o risco? Estava justamente a pensar - e a "sofrer", conseqüentemente - em como me meto num receio de me assumir no que sinto.
Vou entregar. Só é preciso observar um pouco, que de fato, encontro no meu escrever
subjetivo, uma fuga perfeita pra não assumir meus modos, minha opinião factuosa.
Não é lá muito fácil ainda me arriscar dessa altura, escrever em letras garrafais que NÃO SINTO "X" POR AQUILO ou ALGUÉM, mas lendo um pouco sobre o gonzo jornalismo de H.S.Thompson, veio a motivação, a querela de experimentar.
Fiquei, de repente, atento aos meus pequenos pensamentos e distanciado do meu governo mental ditador. Abandonei o trabalho bosta da faculdade meia-boca sobre Direitos Autorais na Web, e fui comer resto do almoço com suco de laranja, ouvir Gal Costa e pendurar as pernas num nível mais alto que o móvel semi-destruído ao lado do computador.
Há dias que me interrompo desse escrever que irrompe. É o medo que transporta, reparo.
Medo e remorsos. Medo, remorsos e finanças,
podendo ficar neste jogo infinitamente. Seria fácil querer me julgar saída. Vejo que em busca dessa resposta, perco os minutos, os pensamentos preciosos em momentos úteis - mais uma vez a comiseração invade. Na busca por encontrar um resposta rápida, entro num contratempo danado, não conseguindo nem resposta, nem vida útil, nem a precisa experiência. Quando toca a guitarra de "The Archaic Lonely Star Blues" - chuto pelo timbre dessa, Lanny Gordin - me vejo invarialvente confuso por bobeira, por ter o dom de atrapalhar-me sem precisar de fatores externos, quase uma burrice desmedida.
Mesmo com os fones no ouvido, pego os fins de conversinha de mãe e irmã e sempre acabo me inteirando do assunto sem perguntar - ato que faço logo após, com muita cara-de-pau - e percebo que tenho uma mania autista de cumprir um papel de não-envolvimento quando em casa, e quiçá, na vida.
É provável, poderia interminavelmente ficar por aqui refletindo sobre detalhes e meu 'mesmismo' ausente de humor por linhas extensas, MAS,
isso - este texto - necessita acabar.
Hoje a melhor definição seria: quero estar só comigo, mesmo que só tenha descoberto no fim do dia.
Ah, e melhor, seria mesmo estar só e a vitrola. (...)

Um cigarrinho? Até que ia bem.

interrupção de carta mental

"... caminho feito farsa ao longo do caminho, sem te olhar nos olhos, sem assumir os riscos, sem considerar os erros ao me aproximar, a insistência, o excesso de ausências e depois a ausência de respiros.
a vontade de te recusar, feito brasa, dispersando meu sentido, me dando coisas, engulhos, travas.
não é nem tão triste.
eu não valho muito mais que as palavras ditas nos lugares certos, que brinquedos de gente crescida e seus jogos de mini-adultos dissimulados.
só quero que não me entenda e que não o tente.
estamos combinados.
.."

proje(c)to

etc.