27 de jul. de 2008

Deu um passo e um espaço maior entre as coisas que ficavam pela mesa.
Não havia mais barulho algum pelo subsolo, nem as nuvens lá no alto mantinham, vigilantes, os raios de um sol itinerante. Brincaram com aquelas cartas sobre a mesa, um jogo desconhecido pela qual valia tudo, inclusive o dinheiro que pouco tinham e o seus sabores, líquidos e corpos.
Ninguém mais se engana, esse é o irremediável, curto período que quando andavam pela ruas sentiam o formigar uns pelos outros.
Deu outro passo baseado pelas distâncias e pela intuição.

Não haveria jeito, ele intuía desde antes pelos cheiros que emanava.
Melhor o fim logo.
Melhor ir direto a sobremesa.


Divertiram-se pelo palco, criaram placas e códigos próprios, piadas ingratas e cheias de humor negro. Plantaram dúvidas e planejaram vagas para os próximos.
Era melhor alugar aquele espaço. Era o melhor lugar que desejavam...

Parcelou suas perguntas em duas rodadas de vinte minutos cada.
Ele teria tempo e as dores passariam, o vestir seria rápido e o barbear superficial.
Não lhe agradavam os rumores.
Bastavam as vitórias e pontos finais.

Ê Drummond...

"Não chore, Carlos, o amor
é isso que você está vendo :
hoje beija, amanhã não beija. Depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será".


Homem sábio.

20 de jul. de 2008

Segue notícia publicada no site do jornal "Brasil de Fato":

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/encontro-em-sp-discute-criminalizacao-de-movimentos-sociais

Quanto falta pra declararem o MST como um movimento autenticamente terrorista e brasileiro?

# todo preza

Diria entre todas as conjecturas que a sua sombra preservou o meu ar entre madeixas e sorrisos tortos. Aposto que não saberia me contar teus segredos ou revelar as entrelinhas (as quais conservo-me no direito de ler em particular velocidade). Entre as vozes dissonantes avanço o meu olhar DVC pelas tuas partes e gravo meu take, mixtape, mis en cène, minha memória de terabytes.
Chego - é a mesma cena, revisitada - ela parada, aproximo, faço média do atraso, olho fixo a coloração da pele do rosto e o piscar de olhos, o brilho.
Exagero, aproximo a boca e o olhar macro percorre os pontos, as pintas e cicatrizes, o suor e as marcas.
Sussuro - "é o melhor que há em mim, o melhor". Ela engole as palavras, espreme a resposta entre as pálpebras e evoca o mistério. Diria entre todas as conversões que a sua voz rascunhou em mim e eu, sobretudo, considerei o avanço e sorri entre as folhas de caderno que ficaram marcadas pela tinta porosa que guardei de recordação dos dias difíceis.
Te disse que lembrar era como tentar escrever, que contar era percorrer, então dormir sempre foi o melhor que podia. Pedir companhia não é nada raro hoje - "fica, fica, fica..."
É hora e assim, partir breve.

14 de jul. de 2008

Em meio a postagem habitual me vejo entre os destinados nesse resto de noite a me largar no vadiar da imaginação. Variar entres tantos termos distraídos é uma luta pronta, pasteurizada que apronto pontualmente no fim das frases e risadas disfarçadas.
Ela que foi segurando-me, ordinariamente ainda e a contraforça querendo rasgar o peito, querendo largar as roupas pelo apartamento, esvoaçando os cabelos.
Não havia mais forças, não haveria.
Publiquei tudo de um modo mais sensato e ela foi prendendo, feito gata, todos os lençóis.
Não queria mais as forças, não viriam.
Larguei o cigarro pelo assoalho (outra-vez) enquanto choviam falsas propostas de aconchego.
- Dizes, o que é esse norte em tua testa?
Correu o sangue e fiou-se uma nova cumplicidade.

proje(c)to

etc.