17 de dez. de 2008

Moradia

Tenho um amontoado de pertences largados.
Alguns utilíssimos, e tantos outros, já destinados ao abandono.
Ainda não sinto em muito, as muitas partes de mim.
Das que mais sinto falta são as imateriais, que continuam flutuando pelo meu quarto, habitando minha cabeça, minha moradia.
Toda essa sensação me confere um estado de inação, um pretenso exercício burocrático do largar-se.
Muito de mim já escala as paredes da memória atrás de uma emoção maior, de paixão pelos passos que dou, pelas multidões que preenchi nesse 1/4 de existência.
Meu andar vacilante aspira pertences melhores, e principalmente, que não tenham débito ou crédito envolvidos nisso.
Talvez tenha que deixar marcas muito mais que imaginei.
Talvez eu tenha que fechar os olhos e deixar queimar o coração em alguma labareda mais promissora.
Vejo não ter maior vocação que não seja inquietações e o tempo para pensar nelas.



4 comentários:

Laura Bourdiel disse...

As vezes temos que nos deixar queimar mesmo. Não tem jeito!

¡besitos gurí!

:oD

Carlos Howes disse...

Ao menos a inquietação é um sinal de resistência, de procura por algo, de vida...

"Soulseeker" (eu tirei essa do baú, mas era exatamente essa expressão que eu queria).

Anônimo disse...

Inquietação é uma acção que permitirá uma quietude.

Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Anônimo disse...

Um nasce para ser operário de máquinas; outro para projetá-las; outro, contruí-las. Aquele com inquietações, há de encontrar tempo e espaço para pensar sobre todas as situações anteriores.

proje(c)to

etc.