Havia ainda o coração em algum canto. Nem o reconhecia. Sem meus melhores trejeitos,
ele andava pela casa atrás de cama e televisão. Um abandono mútuo de quando falta
muito pra não faltar mais nada. Entretanto, justo quando uma falsa ilusão do fim nos
tomou, eu o quis embaixo das asas. E quis muito ser visita. E terminar de ver aquele filme
do Kurosawa. Fazer a barba e ter dentes brancos. Recolocar as pilhas no rádio-relógio.
Acordar cedo e comprar jornal. Tirar fotos do entardecer, todos os dias. E ouvir a
respiração do pai pelo telefone. E entregar que pelo ontem já não posso mais.
E eu quero muito ser novo. De novo.
23 de set. de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Lê-se bem com Tom Zé. :)
ser. Todos os dias. Dias inteiros.
Postar um comentário