25 de out. de 2009

Frederico

Não havia paradeiro. Não caberia só ao peito, abrir-se ao mundo. Um mundo de razões especiais fez óbvio o caminho que escolhia traçar agora. Apesar de em toda parte do tempo só tenha sentido que o caminho a tenha escolhido. Não gostava de meter-se em assuntos que não lhe diziam nada a mais; como anda a vida do outro, o que esse faz, se não faz, o que come, e por aí vai. A reunião de minutos que se acumulavam feito bônus, traziam colorido ao cinzento céu que discursava tanto em desenhar pelas andanças. E Frederico era especialmente a sina que delimitava suas maiores dúvidas e as maiores contemplações; desses percalços que nos fazem perder o ar, em que desacraditamos nos que os olhos insistem transmitir. Fôra toda culpa dele, em demasiado, o folk que tocava quase ao seu ouvido. E via as estradas, e os veículos abandonados; às vezes um belo deserto, ou uma varanda num fim de tarde ensolarado. Queria vingar a enorme nostalgia afiada entre os seios. Contudo, o jeito pra vida, em boa parte, ainda era o sonho, incontrolável e irreparável.



3 comentários:

l u a * disse...

saber perder, o que não se sabe o que é.






(ou saber achar, as côres tudo, que já sabia. de cór.)

Danilo Vasques disse...

Gostei!... "um belo deserto, ou uma varanda num fim de tarde ensolarado"... quantas traduções neste trecho. Parabéns!

Alice F. disse...

Frederico tende a crescer.

proje(c)to

etc.