9 de nov. de 2008

Fui escovar meus dentes. Domingo, quase dez horas da noite. Abandonei uma conversa que mal começou no messenger sem maiores explicações, sem o menor receio do grosseiro.
Cá entre nós, sem medo da tentativa, o que seria da vida bem vivida sem o risco? Estava justamente a pensar - e a "sofrer", conseqüentemente - em como me meto num receio de me assumir no que sinto.
Vou entregar. Só é preciso observar um pouco, que de fato, encontro no meu escrever
subjetivo, uma fuga perfeita pra não assumir meus modos, minha opinião factuosa.
Não é lá muito fácil ainda me arriscar dessa altura, escrever em letras garrafais que NÃO SINTO "X" POR AQUILO ou ALGUÉM, mas lendo um pouco sobre o gonzo jornalismo de H.S.Thompson, veio a motivação, a querela de experimentar.
Fiquei, de repente, atento aos meus pequenos pensamentos e distanciado do meu governo mental ditador. Abandonei o trabalho bosta da faculdade meia-boca sobre Direitos Autorais na Web, e fui comer resto do almoço com suco de laranja, ouvir Gal Costa e pendurar as pernas num nível mais alto que o móvel semi-destruído ao lado do computador.
Há dias que me interrompo desse escrever que irrompe. É o medo que transporta, reparo.
Medo e remorsos. Medo, remorsos e finanças,
podendo ficar neste jogo infinitamente. Seria fácil querer me julgar saída. Vejo que em busca dessa resposta, perco os minutos, os pensamentos preciosos em momentos úteis - mais uma vez a comiseração invade. Na busca por encontrar um resposta rápida, entro num contratempo danado, não conseguindo nem resposta, nem vida útil, nem a precisa experiência. Quando toca a guitarra de "The Archaic Lonely Star Blues" - chuto pelo timbre dessa, Lanny Gordin - me vejo invarialvente confuso por bobeira, por ter o dom de atrapalhar-me sem precisar de fatores externos, quase uma burrice desmedida.
Mesmo com os fones no ouvido, pego os fins de conversinha de mãe e irmã e sempre acabo me inteirando do assunto sem perguntar - ato que faço logo após, com muita cara-de-pau - e percebo que tenho uma mania autista de cumprir um papel de não-envolvimento quando em casa, e quiçá, na vida.
É provável, poderia interminavelmente ficar por aqui refletindo sobre detalhes e meu 'mesmismo' ausente de humor por linhas extensas, MAS,
isso - este texto - necessita acabar.
Hoje a melhor definição seria: quero estar só comigo, mesmo que só tenha descoberto no fim do dia.
Ah, e melhor, seria mesmo estar só e a vitrola. (...)

Um cigarrinho? Até que ia bem.

4 comentários:

Amanda Beatriz disse...

estar só é bom... mas não p/ sempre. no momento, quero ficar bem acompanhada.
beijo!

Laura Bourdiel disse...

Sempre vamos estar cheios de términos e novos começos, nos resta procurar se há algo que nos desafia, seja o novo, formidável, ou simplesmente o familiar. O que para uns é uma montanha intransponível,para outros um desafio a vencer. Assim como para alguns é sombrio para outros é iluminado. As vezes ficamos tão ocupados em olhar para trás que não conseguimos ver a solução bem diante dos olhos. Se ficarmos segurando a corda que nos arrasta para trás não teremos mãos livres para agarrar a corda que nos
puxa para frente.

Saudades de você moço!
¡besitos!

Tânia Carlos disse...

Eu funciono melhor sozinha. Sozinha com um cachorro, muito bom. :)

E nada de cigarrinho, hein, Ygor? Cadê o menino de família que eu conheci há dois anos atrás? Não me decepcione, hein. ;)

Tati Almeida disse...

'ouvir Gal Costa e pendurar as pernas num nível mais alto'


a melhor opção.
no mais alto nível! :)

besos.

proje(c)to

etc.