segundo dia de chatice, marasmo, desânimo.
mais uma madrugada me perguntando se estou vivendo um nada que valha algo mais.
odiando o semestre da faculdade, sentindo um perder-se invadir o corpo, a mente num vai-e-vem turvo.
o olhar míope sobre a vida.
sem vontade de sair muito longe, visitar os mesmos lugares, as mesmas caras, não receber cartas.
chegar em casa e não saber o que fazer, onde sentar, o que conversar.
ver o fim de semana chegar - zero motivação, zero grana, tv lixo, internet clichê, beijos sem uma namorada, sem paixão, um cumprir de papéis existenciais, mais rotinas - e já segunda-feira.
bem, era isso? aonde foi mesmo o ponto em que escolhi tudo isso?
acaba-se a memória de curto prazo e o passado alimenta essa máquina que é pensar.
chegam os prazos, os pequenos salários, a comida cara, as gripes cobrando um tempo pra celebrar o corpo exausto.
quando é que vou cumprir meus planos? ainda me lembro deles? em que ponto parei de creditar nesses lances minha pequena felicidade mundana?
quantos dias de chatice extrema ainda vou carregar nesse lombo estagiário?
os livros que leio, as imagens desses filmes, essas cores, tantos diálogos interrompidos, os fins de tarde sem cigarro, conversas, os doces depois da marmita, o ar-condicionado detestável, as bobeiras que escuto, as que digo, as que invento, tudo no mesmo lugar, sem volta, sem direção.
tudo em volta de mim, dançando sem sair do lugar, eu me sinto cair, cochilar, pescar, acordar, dormir.
acordado até cedo, dormindo muito tarde, tragando vitamina C, chás, bolos, sorteando as conversas entre as telas do messenger, gmail.
os dias pequenos acabando comigo.
existe o erro? onde encontramos? uma cura pra tudo?
não. não sei. não.
vamos... sem poesia.
11 de set. de 2008
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4 comentários:
É Ygor, a coisa não está fácil... mas não desanime tanto, a coisa pode ficar feia desse jeito. Tenha um pouco mais de paciência e vou torcer daqui para que as coisas engatem. E veja se me sorteia no messenger na próxima vez ok? rs...
Beijos gurí! Te cuida.
pensa que sempre tem alguém em uma situação pior que a tua. nem beijos sem namorado eu tenho...
te cuida!
então, que venham tempos de boa prosa, bom teatro, bons ensaios.
- poesia sempre dá no saco.
Acho que se eu fosse pensar em todos os planos que foquei em cumprir para mim até agora, já me consideraria o sujeito mais perdedor do mundo.
Mas por alguma razões externas (misto de sorte, escolhas, coisas que não cabe discutir, seria externar demais...) muito se perde do nosso alcance, e muitas barreiras se criam na nossa frente. Que o nosso objetivo de vida é superá-las, não tenho mais dúvida alguma, meu amigo. A grande pergunta, que me martela todo dia é: COMO?
(divindido perguntas..hahaha).
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