"Quando estiver velho estas cicatrizes ainda vão me acompanhar.
O projeto de vida grande falido, os destroços de todas as manhãs que viraram tardes, as noites engolindo manhãs, sugados pela lembrança opaca dessas semanas vagas - cortando vegetais e colhendo cumplicidades pós-sesta.
Tudo afinado enquanto o som do avião demarca nostalgia e o ingresso do corpo moído nas grutas de solidões estampadas, feito mapas em meu rosto.
Tantas histórias de tesouros e extensos territórios que as tuas pernas tremeriam e não me sobraria outro recurso, tampouco remorso, de cortá-las só para lhe mostrar o tamanho exato destas raízes."
24 de fev. de 2009
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5 comentários:
eu digo que o filho tem lá seus cinquentas e matou a mulher -que agora nada mais é qu adubo de jardim. é agora, é tão velho quanto o avô - que também não se sabia velho, êta família. volta pro casarão do #1, que a convenção do casamento trocou pela cidade grande, bem quando se via o carro zarpar pela janela, com ou sem mãe a passar. e tem as histórias, de três gerações para contar.
[mas no pior da humanidade, contará só que é bom-e-belo. que a tragédia das mulheres nulas da família Sem Romance, ficará pra sempre no reduto da bôa-mãe. sem ser batida, nem apanhada, nem trocada por éguas.]
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me sinto te destrinchando como um delícioso peru (?) do dia de ação de graças.
Essas palavras de bisturi cortam outra vez as minhas feridas já cicatrizadas.
Ferida sobre ferida, eu posso ter mais milhares de cicatrizes e não me preocupo mais com dor.
Vou seguindo os traços que aquelas mapearam tantas vezes e, nessas mesmas tantas vezes, espero encontrar palavras de bisturi assim pra descobrir triunfante as terras que outrora ignorei ao passar.
p.s. Inscrevi-te em mim.
Espero que não seja 'só' farelo, porque farelo não há de alimentar ninguém.
parece que o romance chegou. =]
A segunda frase do teu texto que é um verdadeiro soco no estômago.
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