Tenho um amontoado de pertences largados.
Alguns utilíssimos, e tantos outros, já destinados ao abandono.
Ainda não sinto em muito, as muitas partes de mim.
Das que mais sinto falta são as imateriais, que continuam flutuando pelo meu quarto, habitando minha cabeça, minha moradia.
Toda essa sensação me confere um estado de inação, um pretenso exercício burocrático do largar-se.
Muito de mim já escala as paredes da memória atrás de uma emoção maior, de paixão pelos passos que dou, pelas multidões que preenchi nesse 1/4 de existência.
Meu andar vacilante aspira pertences melhores, e principalmente, que não tenham débito ou crédito envolvidos nisso.
Talvez tenha que deixar marcas muito mais que imaginei.
Talvez eu tenha que fechar os olhos e deixar queimar o coração em alguma labareda mais promissora.
Vejo não ter maior vocação que não seja inquietações e o tempo para pensar nelas.
12 de dez. de 2008
colina.
no infinito pensamento que larguei.
por toda obra temporais - enquanto juntamos ombros em marquises, embaixo de toldos de botecos em bairros pobres.
todo o crédito nesta vida, todo o frescor das janelas abertas de uma temporada febril, tudo propaganda desses tempos de desejo.
toda a febre das peles, todo olho cristalino.
um vazio que se enche de cores e risos. quem passa, quem foi, quem nem nunca veio.
os juros e varais vizinhos, chuva lambendo os braços, tatuagens.
eu jurava o mundo todo em descompasso.
eu não restava dentro - campo aberto e britadeira.
tremendo campo minado, e um mundo de explosões particulares.
por toda obra temporais - enquanto juntamos ombros em marquises, embaixo de toldos de botecos em bairros pobres.
todo o crédito nesta vida, todo o frescor das janelas abertas de uma temporada febril, tudo propaganda desses tempos de desejo.
toda a febre das peles, todo olho cristalino.
um vazio que se enche de cores e risos. quem passa, quem foi, quem nem nunca veio.
os juros e varais vizinhos, chuva lambendo os braços, tatuagens.
eu jurava o mundo todo em descompasso.
eu não restava dentro - campo aberto e britadeira.
tremendo campo minado, e um mundo de explosões particulares.
com lua
7 de dez. de 2008
Há tempos que não tenho um sono decente.
Tenho culpa mas nem tanto.
Aquela parcial, pois existem os fatores inconscientes que unidos aos da rotina, transformam-se nesse pandemônio mental particular.
Vou considerar isso quase que assunto encerrado - chateação que já descasquei bastante por aqui.
Mesmo numa fase/crise sem pé nem cabeça, sem direção precisa, carecendo de emoção, não encontrando prazer nem no SONO, nem na comida da mãe e muito menos na minha, resgatei três preciosidades que gostaria de partilhar.
É rápido, objetivo e de efeito imediato em curtos minutos.
Ainda me sobra nostalgia de tantas coisas e pensando, fuçando nestas, relembrei de músicas, queridas companhias de um tempo em que tinha vitrola e Super Nintendo e ficava deitado no chão brisando.
Em que era simples ser estudante de porra nenhuma que mal tinha preocupações e responsabilidades direito, e incrivelmente tinha sonhos (e deusdocéu, os de padaria eram bons de verdade).
Bendito saudosismo de agora.
Como disse, três queridas. Duas são do mesmo álbum, o "Ram" do Paul, baixista daquela bandinha super alternativa, "The Beatles".
As faixas são "Ram on" e "Long Haired Lady". Abstenho-me de comentá-las. Desnecessário.
A terceira "Heart of Gold" do Neil Young, não tive o prazer no vinil, mas enquanto baixava essas duas percebi o link em algum canto do site em que estava e assim foi-se/foice. Nela tem uns solos de slide guitar e gaita ao estilo sujeito-sozinho-num-deserto-de-filme-americano, bigodes, botas e tudo mais. Folk-old-school, rapaz.
Tenho culpa mas nem tanto.
Aquela parcial, pois existem os fatores inconscientes que unidos aos da rotina, transformam-se nesse pandemônio mental particular.
Vou considerar isso quase que assunto encerrado - chateação que já descasquei bastante por aqui.
Mesmo numa fase/crise sem pé nem cabeça, sem direção precisa, carecendo de emoção, não encontrando prazer nem no SONO, nem na comida da mãe e muito menos na minha, resgatei três preciosidades que gostaria de partilhar.
É rápido, objetivo e de efeito imediato em curtos minutos.
Ainda me sobra nostalgia de tantas coisas e pensando, fuçando nestas, relembrei de músicas, queridas companhias de um tempo em que tinha vitrola e Super Nintendo e ficava deitado no chão brisando.
Em que era simples ser estudante de porra nenhuma que mal tinha preocupações e responsabilidades direito, e incrivelmente tinha sonhos (e deusdocéu, os de padaria eram bons de verdade).
Bendito saudosismo de agora.
Como disse, três queridas. Duas são do mesmo álbum, o "Ram" do Paul, baixista daquela bandinha super alternativa, "The Beatles".
As faixas são "Ram on" e "Long Haired Lady". Abstenho-me de comentá-las. Desnecessário.
A terceira "Heart of Gold" do Neil Young, não tive o prazer no vinil, mas enquanto baixava essas duas percebi o link em algum canto do site em que estava e assim foi-se/foice. Nela tem uns solos de slide guitar e gaita ao estilo sujeito-sozinho-num-deserto-de-filme-americano, bigodes, botas e tudo mais. Folk-old-school, rapaz.
Ram on
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Long Haired Lady
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Heart of Gold
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